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UAB

Maioria dos polos está em pequenos municípios


11/06/2020 15:09:00
Por (Brasília – Redação CCS/CAPES)
Foto por: NAIARA DEMARCO

De cada dez polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), sete estão em municípios com menos de 100 mil habitantes. A oferta de formação superior de qualidade no interior do País é uma das principais conquistas deste sistema de educação a distância, que atende 116 mil alunos. “A UAB, em muitos casos, é a única oportunidade que a população tem para ter acesso a uma oferta pública de qualidade na área de formação de professores”, destaca Carlos Lenuzza, diretor de Educação Básica da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Veja a seguir a entrevista.

O Sistema UAB pretende interiorizar a oferta da educação superior para localidades pouco atendidas pelo modelo presencial. Qual tem sido o ganho em perseguir esse objetivo?
A interiorização, que nós chamamos também de capilarização, é uma etapa fundamental no processo de ensino da Universidade Aberta do Brasil. Podemos dizer que atingimos um objetivo muito significativo: temos mais de 700 polos ativos e, se contarmos os polos que já passaram pelo sistema, já são mais de mil. O interessante é que, em um País com a densidade das grandes cidades brasileiras, conseguimos exatamente essa capilaridade, essa interiorização. Hoje, 70% dos polos estão distribuídos em cidades com menos de 100 mil habitantes. Então, em muitos casos, a UAB é a única oportunidade que a população tem para ter acesso a uma oferta pública de qualidade na área de formação de professores.

No Sistema UAB, sete em cada dez estudantes estão nos cursos de formação de professores. Qual o impacto disso na Educação Básica brasileira?
De fato, temos privilegiado os editais fazendo uma ruptura no modelo que vinha ocorrendo na UAB, agora destinando 70% das vagas para a formação de professores. No edital vigente, saltamos para 85% das vagas exclusivamente voltadas para formação inicial e continuada de professores da rede pública brasileira.

O impacto esperado disso é justamente qualificar a área de formação de professores que não anda muito bem. Temos estudos relacionados ao último censo do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) que mostra não só a falta de professores, mas também a necessidade de melhorar a formação inicial e continuada, o que justifica esse investimento da CAPES. Verificamos que existem situações alarmantes, do tipo: no segundo ciclo do ensino fundamental, que vai do sexto ao nono ano, chegamos a ter 50% dos professores, por exemplo, de matemática, sem licenciatura em Matemática; 40% dos professores que lecionam língua portuguesa não têm licenciatura em Língua Portuguesa. Isso é um verdadeiro absurdo. Quando nós falamos das Ciências Naturais, Química, Física e Biologia, esse número chega perto de 70%! Então, é um compromisso da UAB, sim, essa ampliação de vagas. Mas já no segundo semestre de 2020, junto com a Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, estamos planejando um edital para o ano que vem destinado, exclusivamente, a formar o professor que está em sala de aula. Além do crescimento na oferta da formação inicial e continuada em até 85%, estamos prevendo o lançamento do chamado Forma Brasil, um programa de formação continuada para professores em serviço da rede pública brasileira.

Com a pandemia, que provocou a suspensão de aulas em todo país, como está o funcionamento dos cursos da UAB?
Não tem como dizer que a pandemia não gerou algum reflexo porque existe dentro da comunidade educacional um grande impacto frente a esse fato, mas, no caso da UAB, o que podemos ver é que pode ser uma saída, inclusive para apoio das atividades presenciais. Temos essa experiência da educação a distância e estamos vendo que as universidades estão migrando para esse modelo. Então, estamos lutando para que nenhuma atividade seja paralisada. Algumas instituições suspenderam, mesmo na UAB, suas atividades por uma, duas semanas, para reorganizar calendários, principalmente os que previam encontros presenciais nos polos. Agora, estão sendo substituídos por atividades a distância. Temos monitorado cerca de 110 instituições que ofertam os cursos da UAB no momento, afetadas pela pandemia. Cem estão com as atividades absolutamente regulares, 10 estão no período de planejamento e reconstituição de atividades, que estavam no ambiente presencial para migrar em 100% para ambiente a distância. Então, vivenciamos na UAB, primeiro, uma continuação das atividades. Fora a continuidade das atividades, temos tido também notícia de que a equipe da UAB tem sido acionada pelas universidades para ajudar, inclusive na área presencial, para acharem saídas dentro do foco de qualidade de oferta.

Um dos desafios da EAD é evasão, pois exige disciplina e organização por parte dos alunos. Como a CAPES tem agido para manter frequência elevada às aulas?
O desafio da evasão na EAD é realmente um calcanhar de Aquiles. Precisamos entregar mais. A UAB tem determinados cursos de baixo rendimento: apenas 40% dos alunos que ingressam chegam à etapa final de graduação e recebem seu diploma. Estamos em uma campanha permanente para melhorar esse índice e, junto com as instituições públicas parceiras, combater essa evasão. E também iniciativas próprias da CAPES, como módulo de acolhimento, que pega esse aluno que está ingressando na universidade – que muitas vezes vem com uma base deficiente de formação na educação básica – e nivela seus conhecimentos para que ele tenha um bom desenvolvimento escolar numa etapa que verificamos ser de maior índice de evasão, no primeiro e no segundo semestres do curso. Então ele tem língua portuguesa, matemática e tecnologias da informação. Por que tecnologia da informação? Porque muitas vezes esses alunos do interior do Brasil estão tomando pé ou conhecendo a educação a distância no primeiro dia em que chegam à sala de aula no ambiente virtual. Então, não raro, o que acontece é que se assustam ou não estão acostumados com as características regulares dessa aprendizagem. Verificamos isso e estamos atuando. A segunda etapa, que será feita para o ano que vem, é a elaboração de disciplinas nacionais de maior reprovação. Vou dar como exemplo o cálculo em matemática, que reprova muita gente. No modelo de educação a distância, ele só ia refazer essa disciplina. Passados os 4 anos da licenciatura, haveria mais um, onde seriam administradas as disciplinas nas quais ele teve uma aprendizagem deficiente. Queremos que isso seja feito no desenvolvimento do curso. Então, o aluno não precisa parar. Ele continua seus estudos e, paralelamente, faz aquela a disciplina que ficou para trás. Achamos que por aí teremos também uma condição de melhoria nessa etapa da evasão.

Como é possível garantir a oferta de uma formação de qualidade por meio do Sistema UAB?
Está, de fato, comprovado que é possível uma oferta de qualidade dentro do ambiente da educação a distância. E a maior clareza disso é justamente a UAB, que é o maior programa público de educação a distância, destinado à formação de professores quase que exclusivamente. Há também os programas de mestrados profissionais, oferta aos professores que estão em sala de aula, uma atividade prática a ser desenvolvida que possa melhorar sua condição de atuação junto aos alunos da comunidade onde ele atua. Exemplificando: nós temos desde a formação de aperfeiçoamento, com os cursos de acolhimento, passando pela formação de licenciatura com cursos longos de quatro anos de duração, a especialização lato sensu e a formação de alto nível, também no ponto de vista da aprendizagem.

Todas, reconhecidamente, com muita qualidade. O exemplo disso é que as notas do INEP dos cursos ministrados nas universidades públicas são altíssimas e muitos desses alunos são alunos da UAB e estão nos índices de nota 5 do INEP. Isso significa alto nível de aprendizagem. E, no caso dos mestrados, como o de matemática, tem nota 5 na avaliação da CAPES. Para um mestrado profissional é uma nota de bastante relevância, considerando que atuamos em comunidades muitas vezes carentes.

(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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